
Na próxima quinta-feira, dia 24, o São Paulo irá apresentar para o conselho deliberativo do clube o balanço financeiro de 2021. Os apontamentos feitos no orçamento aprovado pelo conselho no final de 2020 previam um superávit de R$12 milhões. Na época, o presidente Julio Casares afirmou que as previsões eram bastante realistas. Porém, o valor que deve ser apresentado aos conselheiros na próxima semana será muito inferior ao previsto, já que, em entrevista ao “ge”, Casares afirmou que o documento mostrará um déficit de R$106 milhões ao invés do superávit esperado.
Durante a entrevista, o presidente afirmou que foi necessário criar o déficit para conseguir montar um elenco competitivo para a disputa da temporada.
“Nesse exercício nós tivemos inúmeros compromissos que conseguimos colocar dentro desse exercício de 2021, que reflete o balanço. Temos rescisões de contrato, decisões judiciais, variação cambial, e nós temos também uma opção que o orçamento anterior, além de eu pagar compromissos anteriores com jogadores de dívidas de curtíssimo prazo, processos que estavam na Fifa, não deixaram um orçamento sequer para eu ser competitivo e contratar jogadores. Esse pequeno estouro no investimento em atletas foi para que a gente conseguisse compor um elenco competitivo. Portanto, com um elenco competitivo, você melhora bilheteria, melhora as vendas de camisas, premiação”, afirmou o mandatário.
Ainda de acordo com o presidente, a decisão de não vender jovens atletas do clube contribuiu para a criação do déficit.
“Mas nós preferíamos manter um time, um legado esportivo, com maior valorização dos nossos jovens. (…) O déficit que será apresentado, embora seja um déficit menor que o anterior, poderia ser resolvido com um pequeno superávit se nós tivéssemos vendidos dois atletas. Nós tínhamos condições de vendê-los, mas aí o São Paulo teria um grande prejuízo esportivo”, completou.
A gestão de Julio Casares, que começou ainda no fim de 2020, se encerra no final de 2023. É previsto, ainda para esse ano, uma redução de R$108 milhões nas dívidas do clube, que está próxima dos R$700 milhões.